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» » » Muito prazer, Elke Maravilha!


Polêmica, ousada e irreverente, Elke Maravilha costumava dizer que não tinha medo de envelhecer. Seu único temor era o de um dia não chamar mais atenção, o que nunca aconteceu. A atriz faleceu no início da madrugada desta terça-feira (16) aos 71 anos. Ela estava internada na Casa de Saúde Pinheiro Machado, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, desde o dia 20 de junho. Conforme divulgado em nota oficial de sua assessoria:
“Avisamos que nossa Elke já não está por aqui, conosco. Como ela mesma dizia, foi brincar de outra coisa. Que todos os deuses, que ela tanto amava, estejam com ela nessa viagem. ‘Eros anikate mahan’ (O amor é invencível nas batalhas). Crianças: conviver é o grande barato da vida, aproveitem e convivam.”
Elke começou a trabalhar como modelo e manequim aos 24 anos. A carreira na televisão iniciou na “Discoteca do Chacrinha”. Depois fez novelas, filmes e peças. Passou seis dias presa durante o regime militar por desacato, após rasgar um cartaz de procurado com a foto do filho da estilista Zuzu Angel, para quem desfilava.
Foi também secretária, bibliotecária, bancária, professora e tradutora. Casou-se várias vezes, já disse ter feito aborto, foi rainha de associação de prostitutas no Rio, estrela do cinema e viveu a vida intensamente.
Elke dizia que não tinha tempo para tristezas. Portanto, para celebrar a vida deste ícone da cultura brasileira, separamos cinco fatos que fazem justiça ao apelido Maravilha:

1- Elke era russa e falava nove idiomas: 

Elke Georgievna Grunnupp nasceu no dia 22 de fevereiro de 1945, em São Petersburgo, Rússia. Filha de um russo com uma alemã, com um avô azerbaijano e avó mongol por parte paterna, Elke chegou com a família ao Brasil aos 6 anos de idade, fugindo da perseguição de Josef Stalin. Seu pai foi considerado um traidor por lutar contra a Rússia na chamada Guerra das Neves, em 1930, ficando preso na Sibéria por seis anos.
A família se instalou inicialmente em Itabira do Mato Dentro, cidade no interior de Minas Gerais, onde o patriarca conseguiu trabalho em uma fazenda. Tradutora, Elke era fluente em nove línguas: alemão, russo, italiano, espanhol, francês, inglês, grego, latim e português.


2 – Foi presa na ditadura por rasgar um cartaz que colocava Stuart Angel como “procurado” 

Elke Maravilha e Zuzu Angel eram grandes amigas. se conheceram no salão do Jambert (cabeleireiro), em 1970, quando ela ainda não fazia televisão. Segundo Elke, Zuzu era “sujeito homem” e contou sua peregrinação pelo corpo de seu filho, Stuart Angel – assassinado pela Ditadura Militar. Ao ver um cartaz que divulgava a imagem de Stuart como um criminoso e procurado, Elke rasgou a foto e por causa disso, foi presa por seis dias.
“Fiquei de saco cheio quando vi um cartaz no Aeroporto Santos Dumont com uma foto dele como procurado, quando todos já sabiam que ele estava morto. Rasguei o cartaz, foi meu lado russo que baixou naquela hora, o russo não é politicamente correto. Fui movida pela paixão, faria de novo. Fiquei seis dias presa e tomei tapa na cara, mas sou como galo: não recuo, não. Fui para o interrogatório com a cara pintada de verde e com batom vermelho todo borrado, enfrentei. Fiquei presa com uma contrabandista e duas reféns. Uma de 12 e outra de 15 anos, que estavam lá havia quase seis meses, usadas pela polícia para atrair o pai delas. Tudo muito desumano”.



3- Desde o episódio, se tornou apátrida e anarquista 

 “Entrei na prisão cidadã brasileira naturalizada e saí de lá apátrida. Eles tomaram meus documentos. Não é um documento que vai me dizer quem eu sou, eu sou brasileiríssima e pronto. Eu já havia votado uma vez. Nessa situação, viajei duas vezes com passaporte amarelo da ONU para apátridas. Isso é sério, porque nem todos querem receber uma pessoa assim, geralmente são perseguidos políticos ou com problemas com o fisco. Poderia ter pedido anistia, mas seria pedir desculpas, reconhecer erros que não cometi”, contou Elke.
Anos depois, ela declarou que conseguiu o passaporte alemão.
“Sou extremamente política, mas não sou ativista e nunca fui. Não dá certo. Sou anarquista. Há governo, sou contra. Os governos não resolvem, o ideal tem que estar no coração. Meu coração diz que preciso pagar bem as pessoas, não preciso ser de esquerda ou de direita. Nenhuma esquerda resolveu o problema do povo. Sou contra bandeiras, sou a favor de boas maneiras. Todo mundo que segurou bandeira, acabou traindo. O poder não corrompe, revela” , contou em entrevista à Istoé


4 – A primeira vez que se vestiu de forma extravagante, foi espancada na rua 

“Um dia (por volta dos 18 anos) eu acordei de manhã, fui no meu armário e vi que só usava preto. Eu pensei: “Nada disso”. Peguei uma calça e rasguei toda, botei uma meia roxa, enchi a cara de batom, desgrenhei o cabelo e fui para a rua. Levei porrada (de pessoas que se incomodaram com sua aparência). Meu dente entrou pelo lábio, tenho a marca até hoje. Fui parar no (hospital) Miguel Couto. Mas pior foi tomar cuspida na cara, como aconteceu em Ipanema. É difícil ser a primeira, a ousar, a usar esse visual. Atualmente não assusto mais, mas tem gente que acha que sou travesti. Agrado as minorias. Inclusive sou madrinha dos presidiários”, lembrou Elke Maravilha.



5- Foi casada nove vezes e seguiu amiga de todos os ex: 

“Me casei oito vezes e sou amiga de todos os meus ex. Menos de um psicopata. Ele era perigoso. Falava que ia a um lugar e, quando chegava, ele já estava. Um dia acordei de madrugada e ele estava sentado na poltrona vestido de Elke. Um horror, parece que queria roubar minha alma. Mas os outros foram maravilhosos. Estou com Sasha há 11 anos, nos damos muito bem. O melhor da vida não é viver, é conviver”. Quer saber mais? Veja o documentário Elke, por Julia Rezende:

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Quem escreveu? Kalil

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