Em sua terceira vinda ao Brasil nos últimos quatro anos, o Guns N’ Roses subiu ao palco na noite desta sexta (28 de março) para as 22 mil pessoas que enchiam a Arena Anhembi na esperança de reencontrar alguns clássicos.
Como de praxe, Axl Rose e seu “novo Guns” (formado hoje por Ron “Bumblefoot” Thal, DJ Ashba e Richard Fortus nas guitarras, Tommy Stinson no baixo, Chris Pitman e Dizze Reed nos teclados e Frank Ferrer na bateria) só foram dar as caras mais de uma hora e meia depois do anunciado. Previsível. Ainda assim melhor que a chuva, que arriscou cair e (felizmente) nunca apareceu.
O vocalista surpreendeu na sequência inicial; não pelas músicas, que seguiram a mesma ordem de shows anteriores (“Chinese Democracy”, “Welcome to the Jungle”, “It’s So Easy” e “Mr. Brownstone”), mas pela execução. Teve tudo que queríamos: desde aquele timbre rasgado que conhecemos muito bem até as dancinhas.
Só que a partir daí a coisa desandou um pouco. Axl pecou nos agudos e precisou cortar alguns trechos para retomar o fôlego, recuperando a boa forma eventualmente (como no final épico para “Knockin’ on Heaven’s Door”, de Bob Dylan, e “Catcher in the rye”). Também falou pouco com o público, soltando um comentário vez ou outra. Não que isso fosse um real problema para os fãs com o set recheado de hits e uma banda à altura.
Destaque para DJ Ashba, único que chegou a descer para a plateia, e Bumblefoot. O guitarrista roubou a cena ao tocar uma parte do “Tema da vitória” numa homenagem aAyrton Senna. Foram também os guitarristas que “citaram” Led Zeppelin com improvisações em cima de “Babe I’m Gonna Leave You” durante uma das jams. Em outra,Tommy Stinson incorporou seu Sid Vicious interior com “Holidays in the Sun”.
O repertório de aproximadamente 2h40 intercalou bem os clássicos e faixas do álbum mais recente, ainda que as antigas predominassem mais no final. “Sweet Child O’Mine” foi cantada inteirinha pelo público, seguida de “November Rain” com Axl ao piano e cada um dos três guitarristas cuidando de um dos solos de Slash.
Em “Don’t Cry”, muita gente fez o exato oposto ao que o vocalista “aconselhava”, tendo pouco tempo para se recuperar antes da trinca formada por “Knockin’ on Heaven’s Door”, “Civil War” e “Nightrain”. No encore, mais uma jam antes daquele assobio característico do começo de “Patience”, reproduzido por todo mundo (ou quase isso). Para encerrar, veio “Paradise City” com aquela pirotécnica clássica, cheia de explosões e fagulhas pelo palco.
A banda segue viagem para Curitiba (30/03), Florianópolis (01/04), Porto Alegre (03/04),Recife (15/04)e Fortaleza (17/04).
Club NME